sábado, 18 de abril de 2009

História da GLEG - Parte IV

7 - A Mensagem do Primeiro Grão-Mestre: Luiz Caiado de Godoy proferiu, na sua posse e investidura, vigoroso discurso, peça arquitetônica de inestimável valor.
Eis alguns excertos da histórica oração.
“A fundação da sereníssima grande loja maçônica do Estado de Goiás representa a concretização de uma antiga aspiração de maçons sinceros e dedicados, que sentiam a sua necessidade, perfeitamente compatível com o grau de progresso e evolução por que vem passando esta grande unidade da federação.
“No tocante à maçonaria e ao espiritualismo, o progresso é evidente em nosso meio, de alguns anos para cá. Em 5 de setembro de 1933, cooperamos para a fundação da primeira Loja Maçônica, em Anápolis, sob os auspícios da sereníssima grande loja simbólica de Minas Gerais, que funcionou até 1937, sendo obrigada a abater as suas colunas, em virtude do golpe integralista daquela época.
“Em 1946 é fundada, em Goiânia, a Loja Adonhiram, sob os auspícios da sereníssima grande loja do Estado de São Paulo, e no dia 7/2/1947 funda-se, em Anápolis, a Loja Roosevelt, sob a mesma jurisdição.
“Entretanto, apenas 4 anos depois temos o prazer de constatar a existência de 17 lojas da mesma jurisdição da grande loja de São Paulo, filiadas a outras potências maçônicas (...)
“O dia é, portanto, de grande júbilo para todos nós.
“A maçonaria, sobre ser a mais bela, a mais sublime e a maior de todas as instituições humanas, assim como a árvore que produz gostosos frutos, tem sido atacada e apedrejada, às vezes por elementos ignorantes. Mas os que mais atacam a maçonaria e a procuram denegrir são exatamente os déspotas, os prepotentes, os tiranos, os intolerantes e os corruptos, porque enxergam nela uma força temível e indestrutível contra os seus desmandos e corrupções. Porque a bondade, o amor, a fraternidade e o altruísmo são as forças mais terríveis de que um homem pode dispor, para se defender de seus inimigos. A maçonaria prega o bem, o amor, a tolerância e todas as virtudes, e, por isso, não é tolerada pelos agentes do mal, pelos que pregam o ódio e a intolerância e praticam os vícios”.
Luiz Caiado passa, a seguir, a demonstrar essas premissas com exemplos da história, inclusive a história das religiões, desaguando no Cristianismo.
E prossegue, conduzido pelo fio da história, para abordar outros fatos da saga universal que tem íntima relação com a maçonaria.
“Com as cruzadas, os dirigentes da sublime ordem procuraram regressar aos pontos onde teve início o cristianismo, e ali, naquelas legendárias regiões onde teve começo a última etapa da maçonaria, após a vinda de Jesus, instalaram a ordem dos templários, designação tomada, então, pelos maçons integrantes da ordem do templo.
“Com o suplício da Jacques De Molay, grão-mestre dos templários, sacrificado por determinação do papa Clemente, a maçonaria entrou numa nova fase. A execução de Jacques De Molay foi o acontecimento que causou a mais profunda impressão no mundo inteiro, de então, já pelas circunstâncias trágicas que a rodearam, como também porque, entre os juízos de Deus, cuja inovação várias vezes se verificou, o apelo feito pelo grão-mestre dos templários, citando o papa Clemente perante o tribunal de Deus, e marcando prazo, que se confirmou, com exatidão, para o comparecimento daquele papa, dentro de um ano, perante a Justiça Divina.
“De fato, no momento de subir ao cadafalso, o grão-mestre dos templários bradou: — ‘Morro inocente dos crimes que me imputam; o meu maior e único acusador está em Roma, é o papa. Apelo para o juízo de Deus, e cito o papa Clemente a comparecer perante esse tribunal dentro de um ano’. E foi assim que, naquele mesmo ano, falecia também o maior inimigo de Jacques De Molay: o papa Clemente”.
E acresce Luiz Caiado:
“Nos principais fatos da história do Brasil, a maçonaria teve papel saliente, a começar pela Inconfidência Mineira. maçom era Tiradentes, como o foram muitos de seus companheiros, como o padre Rolim e outros. A Independência do Brasil já estava decretada dentro da loja maçônica pelo Irmão Guatimozim (Dom Pedro I), no dia 20 de agosto de 1922, 16 dias antes do Grito de Independência, as margens do Ipiranga. A Abolição da Escravidão foi feita pela maçonaria, assim como a Proclamação da República. Deodoro da Fonseca era maçom, e maçons eram todos os seus ministros. Os três presidentes da República que sucederam a Deodoro da Fonseca eram maçons, como Floriano Peixoto, Prudente de Morais e Campos Sales. A Floriano Peixoto devemos as primeiras ‘démarches’ para a mudança da capital federal para o Planalto de Goiás, que foi a nomeação da célebre Comissão chefiada pelo engenheiro Luiz Cruls”.
Posso acrescentar que os presidentes Juscelino Kubitschek e Jânio Quadros foram maçons.
Maçom foi, também, Pedro Ludovico. Eu tive o privilégio de ouvir-lhe a confissão, numa visita a sua residência, na Rua 26, hoje Avenida Dona Gercina, Centro.

8 - A Renúncia: Após os festejos da instalação, vieram, como era de presumir-se, as primeiras dissensões. Luiz Caiado residia em Anápolis, não havia estrada asfaltada para Goiânia, o acesso era difícil e demorado. Daí por que Luiz Caiado decidiu renunciar ao cargo de grão-mestre, fazendo-o através da carta dirigida ao deputado do grão-mestre Genésio Barreto de Lima, 13 meses após sua posse.

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